Entre palavras
Aqui, entre palavras, Deus me encontrou
Não em um templo.
Não sob vitrais coloridos.
Não entre aplausos ou coros afinados.
Não em um templo.
Não sob vitrais coloridos.
Não entre aplausos ou coros afinados.
Aqui.
No silêncio entre uma palavra e outra.
No intervalo sagrado entre uma dor confessada e uma esperança reencontrada.
Aqui.
Onde o medo se permitiu ser nomeado.
Onde a saudade encontrou voz.
Onde a alma, sem pedir licença, sentou-se para descansar.
Aqui, onde não há altar de pedra, nem incenso, nem velas acesas — mas há verdade.
Há reverência.
Há amor.
Foi aqui que o Espírito soprou.
No espaço entre um suspiro e outro.
No campo aberto do que ainda dói e do que já se cura.
Deus não precisou de credenciais.
Nem de liturgias.
Ele só precisou de um coração disponível — e encontrou.
E agora, eu sei: não importa onde eu esteja.
Não importa se há paredes ou não.
Eu sou casa.
Eu sou altar.
Eu sou templo vivo.
E cada palavra que nasce daqui — cada lágrima que rega esse chão invisível — é oração que sobe.
É canto que dança sem precisar de melodia.
Aqui, entre palavras, Deus me encontrou.
E aqui, em mim, Ele permanece.
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