O silêncio entre as sombras
Há algo no mundo que nos escapa.
Um tremor antigo percorre as ruas da história, se insinua nos noticiários, se instala nos porões da alma.
Um tremor antigo percorre as ruas da história, se insinua nos noticiários, se instala nos porões da alma.
É o mal.
Não apenas como escolha… mas como força.
Como presença sutil, persistente, perversa.
Como um sei-lá-o-que.
Paulo o chamou de “mistério da iniquidade” — algo que já opera, mas que ainda será plenamente revelado. Algo que age nas sombras, sem nunca ter recebido permissão para reinar.
E nós, que cremos num Deus bom, poderoso, amoroso — perguntamos: por quê?
Por que o mal ainda fere os inocentes?
Por que a criança morre de fome?
Por que a solidão mata lentamente?
Por que os perversos prosperam enquanto os justos sangram?
Seria Deus ausente?
Seria impotente?
Ou será que o amor, para ser amor, precisa deixar espaço para a liberdade — e com ela, o risco da dor?
O paradoxo nos desafia.
Epicuro o apontou com frieza lógica.
Mas Jesus o viveu com carne e cruz.
Ele não explicou o mistério.
Desceu até ele.
Assumiu-o.
Fez-se parte da dor para redimi-la no cerne.
E ali, pendurado entre céu e terra, apenas um grito: “Por que me abandonaste?”
Jesus não escapou da iniquidade.
Foi transpassado por ela.
Mas não a devolveu ao mundo.
Morreu perdoando.
E, ao ressuscitar, não esmagou os que o traíram — apenas os chamou pelo nome.
Isso é mais do que resposta.
É redenção.
O mal ainda opera, mas está com os dias contados.
Ainda habita o mundo, mas já não define o fim da crônica humana.
Ainda fere, mas foi ferido de morte por um amor que não se vinga.
Por isso, hoje, mesmo sem compreender,
posso repousar num Deus que não me explica tudo, mas me acompanha sempre.
Um Deus que permite o mistério, mas nunca me abandona dentro dele.
Como presença sutil, persistente, perversa.
Como um sei-lá-o-que.
Paulo o chamou de “mistério da iniquidade” — algo que já opera, mas que ainda será plenamente revelado. Algo que age nas sombras, sem nunca ter recebido permissão para reinar.
E nós, que cremos num Deus bom, poderoso, amoroso — perguntamos: por quê?
Por que o mal ainda fere os inocentes?
Por que a criança morre de fome?
Por que a solidão mata lentamente?
Por que os perversos prosperam enquanto os justos sangram?
Seria Deus ausente?
Seria impotente?
Ou será que o amor, para ser amor, precisa deixar espaço para a liberdade — e com ela, o risco da dor?
O paradoxo nos desafia.
Epicuro o apontou com frieza lógica.
Mas Jesus o viveu com carne e cruz.
Ele não explicou o mistério.
Desceu até ele.
Assumiu-o.
Fez-se parte da dor para redimi-la no cerne.
E ali, pendurado entre céu e terra, apenas um grito: “Por que me abandonaste?”
Jesus não escapou da iniquidade.
Foi transpassado por ela.
Mas não a devolveu ao mundo.
Morreu perdoando.
E, ao ressuscitar, não esmagou os que o traíram — apenas os chamou pelo nome.
Isso é mais do que resposta.
É redenção.
O mal ainda opera, mas está com os dias contados.
Ainda habita o mundo, mas já não define o fim da crônica humana.
Ainda fere, mas foi ferido de morte por um amor que não se vinga.
Por isso, hoje, mesmo sem compreender,
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Um Deus que permite o mistério, mas nunca me abandona dentro dele.
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